União Norte Brasileira


A União Norte Brasileira (UNB) abrange atualmente o território de três estados brasileiros, a saber, Amapá, Pará e Maranhão. Sua sede localiza-se na Rodovia Mário Covas, 400, Ananindeua, CEP 67115-000, no Pará.
Em 2008, a UNB possui 516.860 membros batizadas que se reúnem 1.548 congregações, entre igrejas e grupos.
 

Histórico

As primeiras populações a serem evangelizadas no Brasil encontravam-se localizadas na parte sul do país. Por anos, a falta de obreiros e as dificuldades geográficas impostas pelo território nortista constituíam alguns dos entraves para a penetração da mensagem adventista.
 
A primeira iniciativa para evangelizar a região norte deu-se com a criação da Missão Baixo Amazonas pela Divisão Sul Americana, num congresso realizado no Colégio Adventista Brasileiro (hoje Unasp-SP) em 1927 (STREITHORST, 1979). A missão compreendia os estados do Amazonas, Ceará, Maranhão, Piauí, Acre, Amapá, Rondônia e Pará. Sua sede localizava-se em Belém do Pará e pertencia à União Este Brasileira.
 
O corpo de obreiros da nova missão era composto por apenas três homens, a saber: André Gedrath e Hans Mayr, que se deslocaram para este campo a fim de trabalharem na colportagem, e o pastor John Lewis Brown como presidente. Isso só foi possível de ser realizado devido à oferta doada pelos Missionários Voluntários (hoje, Jovens Adventistas) norte-americanos.
 
Além da colportagem, um segundo método foi utilizado para evangelizar este território, algumas viagens missionárias foram realizadas pelo presidente do campo e alguns líderes da Divisão Sul Americana, viagens que serão descritas a seguir.
 

Primeira Viagem Missionária

Em 1927, o Pastor J. L. Brown fez uma viagem em um navio a vapor em direção à Manaus. Nesta viagem, ele não parou em nenhum lugar específico. Mas, a cada lugar que o navio parava ele distribuía literatura às pessoas.
 
J. L. Brown relata na Revista Mensal de abril de 1930, que um rapaz que viajava no vapor deu sua literatura à seu patrão, que já procurava saber mais sobre a Bíblia. Este homem em 1928 começou a observar o sábado.
 
Um judeu também foi contatado por Brown. Este por sua vez, entregou os folhetos a um freguês seu que morava em Maués chamado Michilles.
 

Segunda Viagem Missionária

A segunda viagem missionária empreendida por J. L. Brown em abril de 1928 contou com a presença do presidente da União Este, Elmer H. Wilcox. Até esta data eles não tinham nenhuma notícia acerca dos resultados da primeira viagem realizada por J. L. Brown.
 
A bordo do navio Moacyr, eles partiram de Belém do Pará rumo à Maués. O percurso entre Belém e Maués demorou dez dias para ser realizado. Quando chegaram a Maués, encontraram o judeu que o Pastor Brown havia distribuído literatura na viagem anterior. O judeu prontamente os convidou a hospedar-se em sua casa e como já era sexta-feira, para passarem o sábado em sua companhia.
 
Ali descobriram os resultados do trabalho realizado no ano anterior: o judeu havia, em uma viagem que fizera ao longo do rio, distribuiu os folhetos aos fazendeiros que visitara. Ele não julgava os folhetos interessantes para si, visto que falavam de Cristo, mas creu ser importante que outras pessoas lessem a mensagem contida neles. Um fazendeiro, chamado João Batista Michilles, interessou-se muita na literatura.
 
Na segunda-feira, os pastores chegaram à sua fazenda. Michilles estava guardando o sábado bíblico desde o começo daquele ano e alegrou-se muito com a presença daqueles dois obreiros. Imediatamente foram feitos preparativos para que fossem realizados cultos ali, e recados foram dados às pessoas que moravam na região para participarem delas. As reuniões duraram uma semana, e cerca de cinqüenta a setenta e cinco pessoas compareciam regularmente. No sábado, organizaram uma escola sabatina onde vinte e cinco pessoas se comprometiam a guardar o sábado e a participar da escola sabatina.
 
Michilles encaminhou Brown e Wilcox a outras pessoas interessadas. Ele levou-os até um homem que recebera alguma literatura denominacional e ao compará-la com a Bíblia, decidiu guardar o sábado. O judeu de Maués deu-lhe um hinário, o qual ele e a família esforçavam-se para cantá-lo.
 
Ao longo do rio, encontraram mais três famílias que estavam guardando o sábado. A terceira já guardava o sábado há seis anos. Estes, sem nunca antes terem visto a Bíblia, guardavam o sábado devido a um acidente da mata ocorrido com o marido. Uma serpente havia lhe picado, e a esposa sugeriu que fizessem uma oração para Deus livrá-lo da morte, cientes de que seu veneno era muito forte. O homem foi curado naquele sábado, e eles prometeram que a partir de então guardariam aquele dia como santo. A visita dos missionários os alegrou muito, porque agora sabiam o motivo pelo qual deviam santificar o sábado.
 
Brown e Wilcox dirigiram-se à Vila de Cinco Quilos, habitada por índios. Mesmo sob o empecilho da língua, foram ali dirigidas reuniões evangelísticas. O chefe da tribo acabou por confessar perante Deus que era um pecador, e pediu aos pastores que orassem em prol da salvação de sua casa. Outros índios fizeram o mesmo e prometeram guardar os mandamentos de Deus.
 

Leo Blair Halliwell

Em seu período de férias, durante o segundo semestre de 1928, o Pastor J. L. Brown estava com sua família nos Estados Unidos. Ali ele foi convidado a ocupar um cargo na Divisão Sul Americana. Com sua saída, Leo Blair Halliwell, da Missão Baiana, foi chamado para assumir, a partir de 1º de janeiro de 1929, a direção do campo.
 

Terceira Viagem Missionária

A fim de dar assistência aos conversos da viagem de 1928, Leo B. Halliwell, Elmer H. Wilcox, Hans Mayr e Manoel Pereira, em maio de 1929, realizaram uma nova viagem pelo interior da Amazônia.
 
A primeira visita foi à fazenda de Michilles. A escola sabatina que fora organizada em sua propriedade mostrava sinais de progresso: nenhum sábado foi perdido, novos membros acrescentados e cinco pessoas foram batizadas, sendo esta a primeira cerimônia batismal ocorrida na Amazônia.
 
O povoado indígena de Cinco Quilos também foi visitado. Os missionários ficaram surpreendidos com a mudança que ocorreu naquela tribo: destruíram seus ídolos de madeira e pedra, encontravam-se vestidos e estavam guardando todos os mandamentos. Preparativos foram acertados para o irmão Manoel Pereira ir morar entre eles. Uma escola sabatina de 70 pessoas também foi organizada nesta viagem.
 

Primeiras Igrejas

Em São Luís do Maranhão, J. L. Brown organizou a primeira igreja do campo com mais ou menos 20 membros em 1928. O trabalho inicial com estes membros foi desenvolvido pelo colportor Hans Mayr. Foram consagrados nesta ocasião Firmo Marinho como ancião e Abilio Pires como diácono.
 

Colportagem

Como já mencionado, a obra adventista na Amazônia começou com o trabalho da colportagem. Os pioneiros deste segmento foram André Gedrath e Hans Mayr.
 
Pode-se observar nos relatórios de colportagem disponibilizados na Revista Mensal que, em comparação a outros campos onde até trabalhavam mais colportores, naqueles primeiros anos a dupla mantinha um número alto de vendas, batendo alguns recordes significativos.
 
J. L. Brown, o primeiro presidente da Missão Baixo Amazonas, também colportava nesta mesma época. Sua esposa relata em maio de 1928 na Revista Mensal, que em setembro de 1927 seu marido, em apenas duas semanas de trabalho em Manaus, recebeu 250 pedidos do livro Guia Prático da Saúde. Como Brown ficou muito doente, e em seguida precisou participar de uma reunião no Rio de Janeiro, ela mesma fez as entregas.
 
O Guia Prático da Saúde teve uma grande aceitação entre os nortistas, tanto que nos primeiros seis dias de trabalho Gedrath e Mayr venderam $ 4.600.000 (em 2008 isso equivaleria cerca de dezessete mil e quinhentos reais). O livro também foi um importante ponto de contato com as autoridades locais, que acabavam por olhar com mais apreço o trabalho dos missionários adventistas.
 
Uma destas autoridades foi o governador do estado do Pará, Dr. Dionysio Bentes. Ele fez a seguinte declaração do livro, no dia 17 de julho de 1927:
"O ilustre autor do Guia Prático da Saúde forçosamente há de ser um médico de notável competência, porque na sua exposição revela, ao lado de sua teoria completa sobre assuntos versados, um senso prático admirável capaz de tornar compreensível a qualquer criança. Se nas capitais brasileiras, onde há práticos hábeis este livro é útil, no interior, então, torna-se uma necessidade absoluta, guiando as famílias na cura das moléstias, como indicando o meio mais fácil de as evitar. Assim pois, bem haja quem o ideou e o realizou, porque presta um grande serviço à humanidade".
 
Os grandes avanços provocados pela colportagem em prol da evangelização daquele território moviam o Pastor Brown a pedir insistentemente por mais colportores para aquele campo. Mas suas chamadas pela Revista Mensal, em princípio não surtiram nenhum resultado.
 
Lanchas para Colportagem: Para facilitar o deslocamento dos colportores pela Amazônia, André Gedrath e Hans Mayr construíram, em 1928, duas lanchas para trabalharem. Elas agilizariam bastante o tempo das viagens, além de pararem em lugares nos quais os navios não paravam, atendendo assim, a mais pessoas.
Gedrath construiu uma lancha a vapor para viajar por todos os rios daquela região, que foi batizada com o nome de "Mensageiro". A de Hans Mayr era movida à gasolina, e era um pouco menor.
 
Lanchas MÉdico-MissionÁrias: Em conseqüência dos navios não poderem parar em todos os lugares onde Leo B. Halliwell e sua esposa Jessie precisavam para visitar as famílias, ele teve a idéia de construir uma lancha própria para suas viagens.
 
Em 1930 partiram de férias para os Estados Unidos, onde aproveitaram a oportunidade para arrecadar fundos para a construção da mesma. Quando voltaram ao Brasil, um ano depois, eles tinham alcançado a soma de US$ 5.400,00.
 
O Pr. Halliwell, formado em Engenharia Elétrica, aproveitou seus conhecimentos e com uma pesquisa aprofundada sobre o assunto, ele mesmo projetou a lancha. As medidas da embarcação eram de 11 metros de comprimento por 3,5 metros de largura. O calado media 85 centímetros. Para possuir maior estabilidade o calado era em forma de dois V. A proa ia estreitando e terminava em vértice, isso ajudava a lancha a adquirir mais velocidade. Foi instalado um motor Diesel de 2 cilindros e 20 HP. A lancha foi construída no estaleiro do Mestre Afonso que, anos antes havia feito a de Gedrath.
 
A lancha foi inaugurada em 4 de julho de 1931 e recebeu o nome de Luzeiro I. Durante anos, o Pr. Halliwell e sua esposa enfermeira Jessie, serviam às populações ribeirinhas com atendimento de saúde gratuito e os assistiam espiritualmente. Esta experiência de evangelismo e assistência social foi tão bem sucedida, que esta lancha foi a pioneira de várias outras lanchas que, após ela, desempenharam a mesma função em várias partes do Brasil.
 
O casal recebeu o reconhecimento do governo brasileiro pelo grande trabalho desenvolvido na Amazônia recebendo a Comenda Nacional do Cruzeiro do Sul, prêmio concedido a estrangeiros. Jessie foi a primeira mulher a receber tal prêmio.
 
Primeiras Escolas: As primeiras escolas criadas na União Norte eram destinadas aos filhos dos primeiros conversos, pessoas carentes ou tribos indígenas.
As escola de Mucajá, do professor Rogério Guedes, a de Maués, dirigida por Ernesto Eclache aberta em 1934, a escola paroquial da fazenda de João Batista Michilles, e a de Ponto Alegre, liderada por Honorino Tavares e esposa, figuram entre as pioneiras da União Norte Brasileira.
 

A Criação da União Norte Brasileira

O progresso contínuo da Missão Baixo Amazonas, podendo facilmente ser percebido em seus relatórios, fizeram com que em 1936 o seu território fosse transformado em União Norte Brasileira e dividido em três missões:
 
  • Missão Central Amazonas: compreendia o Estado do Amazonas e os territórios de Roraima, Rondônia e Acre;
  • Missão Baixo-Amazonas: o Estado do Pará e o território de Amapá;
  • Missão Costa-Norte: os Estados do Maranhão, Ceará e Piauí.
 
Leo Halliwell foi o primeiro presidente desta União, que começou a funcionar efetivamente em 1937, além de dirigir ainda a Missão Baixo- Amazonas. Seus escritórios funcionavam perto do porto de Belém.
Em seu território havia, no início, duas igrejas e cerca de 200 membros batizados.
 

Instituições de Saúde

Hospital Adventista de Belém e Hospital Adventista de Manaus.
 

Instituições Educacionais

Na área Educacional possui uma rede de 74 instituições de ensino. Destacam-se: o Instituto Adventista Agro-Industrial Instituto Adventista de Manaus, em Manaus; Instituto Adventista Grão-Pará, em Belém, PA; Instituto Adventista Transamazônico Agro-Industrial, em Uruara, PA e o Instituto Adventista da Amazônia Ocidental em Mirante da Serra, Roraima. O total de professores em 2007 foi de 1.077 e o de alunos 19.148.
 

Presidentes

  • Leo Blair Halliwell (1936-1955)
  • Walter J. Streithorst (1956-1968)
  • João Wolff (1969-1976)
  • Alberto Ribeiro de Souza (1977-1983)
  • Carlos Magalhães Borda (1984-1985)
  • Wandyr Mendes de Oliveira (1986-1992)
  • Adamor Lopes Pimenta (1993-1998)
  • Izeas dos Santos Cardoso (1999-2005)
  • Marlinton Souza Lopes (2006- )
 

Secretários

  • B. W. Steinweg (1942-1948)
  • R. G. Dutra (1949)
  • S. C. Crowford (1950-1951)
  • L. M. Harder (1952-1955)
  • B. C. Kalbermatter (1956-1957)
  • A. J. Jones (1958)
  • W. S. Ávila (1960-1963)
  • E. W. Olm (1964-1967)
  • Geraldo Boekenkamp (1968-1969)
  • R. H. Nagel (1970-1972)
  • Horácio targas (1973-1974)
  • Lauro Grellmann (1976-1979)
  • Alair Oliveira de Freitas (1980-1981)
  • Vilfredo Doerner (1982)
  • Eugênio Rodriguez (1983-1989)
  • Adamor Lopes Pimenta (1990-1992)
  • Antônio Moisés de Almeida (1993-1996)
  • Izeas dos Santos Cardoso (1997-1998)
  • José Clodoaldo Barbosa (1999- )
 

Tesoureiros

  • B. W. Steinweg (1942-1948)
  • R. G. Dutra (1949)
  • S. C. Crowford (1950-1951)
  • L. M. Harder (1952-1955)
  • B. C. Kalbermatter (1956-1957)
  • A. J. Jones (1958)
  • W. S. Ávila (1960-1963)
  • E. W. Olm (1964-1967)
  • Geraldo Boekenkamp (1968-1969)
  • R. H. Nagel (1970-1972)
  • Horácio targas (1973-1974)
  • Lauro Grellmann (1976-1979)
  • Alair Oliveira de Freitas (1980-1981)
  • Vilfredo Doerner (1982-1988)
  • Josias de Souza Fragoso (1989-1993)
  • Jarci Lourenço dos Reis (1994-2001)
  • Volnei da Rosa Porto (2002- )
 

Contato

Endereço:
Rodovia Mario Covas, 400
Ananideua - Pará
CEP: 67113-330
Tel.: (91) 3214-4500
 
Site:
http://unb.adventistas.org/
 


Referências

  1. Enciclopédia da Memória Adventista no Brasil. União Norte Brasileira da IASD (UNB) - http://www.unasp-ec.com/memoriadventista/enciclopedia/2/unb.htm
  2. União Norte Brasileira - http://www.unb.adventistas.org/

 
 

União Norte Brasileira


A União Norte Brasileira (UNB) abrange atualmente o território de três estados brasileiros, a saber, Amapá, Pará e Maranhão. Sua sede localiza-se na Rodovia Mário Covas, 400, Ananindeua, CEP 67115-000, no Pará.
Em 2008, a UNB possui 516.860 membros batizadas que se reúnem 1.548 congregações, entre igrejas e grupos.
 

Histórico

As primeiras populações a serem evangelizadas no Brasil encontravam-se localizadas na parte sul do país. Por anos, a falta de obreiros e as dificuldades geográficas impostas pelo território nortista constituíam alguns dos entraves para a penetração da mensagem adventista.
 
A primeira iniciativa para evangelizar a região norte deu-se com a criação da Missão Baixo Amazonas pela Divisão Sul Americana, num congresso realizado no Colégio Adventista Brasileiro (hoje Unasp-SP) em 1927 (STREITHORST, 1979). A missão compreendia os estados do Amazonas, Ceará, Maranhão, Piauí, Acre, Amapá, Rondônia e Pará. Sua sede localizava-se em Belém do Pará e pertencia à União Este Brasileira.
 
O corpo de obreiros da nova missão era composto por apenas três homens, a saber: André Gedrath e Hans Mayr, que se deslocaram para este campo a fim de trabalharem na colportagem, e o pastor John Lewis Brown como presidente. Isso só foi possível de ser realizado devido à oferta doada pelos Missionários Voluntários (hoje, Jovens Adventistas) norte-americanos.
 
Além da colportagem, um segundo método foi utilizado para evangelizar este território, algumas viagens missionárias foram realizadas pelo presidente do campo e alguns líderes da Divisão Sul Americana, viagens que serão descritas a seguir.
 

Primeira Viagem Missionária

Em 1927, o Pastor J. L. Brown fez uma viagem em um navio a vapor em direção à Manaus. Nesta viagem, ele não parou em nenhum lugar específico. Mas, a cada lugar que o navio parava ele distribuía literatura às pessoas.
 
J. L. Brown relata na Revista Mensal de abril de 1930, que um rapaz que viajava no vapor deu sua literatura à seu patrão, que já procurava saber mais sobre a Bíblia. Este homem em 1928 começou a observar o sábado.
 
Um judeu também foi contatado por Brown. Este por sua vez, entregou os folhetos a um freguês seu que morava em Maués chamado Michilles.
 

Segunda Viagem Missionária

A segunda viagem missionária empreendida por J. L. Brown em abril de 1928 contou com a presença do presidente da União Este, Elmer H. Wilcox. Até esta data eles não tinham nenhuma notícia acerca dos resultados da primeira viagem realizada por J. L. Brown.
 
A bordo do navio Moacyr, eles partiram de Belém do Pará rumo à Maués. O percurso entre Belém e Maués demorou dez dias para ser realizado. Quando chegaram a Maués, encontraram o judeu que o Pastor Brown havia distribuído literatura na viagem anterior. O judeu prontamente os convidou a hospedar-se em sua casa e como já era sexta-feira, para passarem o sábado em sua companhia.
 
Ali descobriram os resultados do trabalho realizado no ano anterior: o judeu havia, em uma viagem que fizera ao longo do rio, distribuiu os folhetos aos fazendeiros que visitara. Ele não julgava os folhetos interessantes para si, visto que falavam de Cristo, mas creu ser importante que outras pessoas lessem a mensagem contida neles. Um fazendeiro, chamado João Batista Michilles, interessou-se muita na literatura.
 
Na segunda-feira, os pastores chegaram à sua fazenda. Michilles estava guardando o sábado bíblico desde o começo daquele ano e alegrou-se muito com a presença daqueles dois obreiros. Imediatamente foram feitos preparativos para que fossem realizados cultos ali, e recados foram dados às pessoas que moravam na região para participarem delas. As reuniões duraram uma semana, e cerca de cinqüenta a setenta e cinco pessoas compareciam regularmente. No sábado, organizaram uma escola sabatina onde vinte e cinco pessoas se comprometiam a guardar o sábado e a participar da escola sabatina.
 
Michilles encaminhou Brown e Wilcox a outras pessoas interessadas. Ele levou-os até um homem que recebera alguma literatura denominacional e ao compará-la com a Bíblia, decidiu guardar o sábado. O judeu de Maués deu-lhe um hinário, o qual ele e a família esforçavam-se para cantá-lo.
 
Ao longo do rio, encontraram mais três famílias que estavam guardando o sábado. A terceira já guardava o sábado há seis anos. Estes, sem nunca antes terem visto a Bíblia, guardavam o sábado devido a um acidente da mata ocorrido com o marido. Uma serpente havia lhe picado, e a esposa sugeriu que fizessem uma oração para Deus livrá-lo da morte, cientes de que seu veneno era muito forte. O homem foi curado naquele sábado, e eles prometeram que a partir de então guardariam aquele dia como santo. A visita dos missionários os alegrou muito, porque agora sabiam o motivo pelo qual deviam santificar o sábado.
 
Brown e Wilcox dirigiram-se à Vila de Cinco Quilos, habitada por índios. Mesmo sob o empecilho da língua, foram ali dirigidas reuniões evangelísticas. O chefe da tribo acabou por confessar perante Deus que era um pecador, e pediu aos pastores que orassem em prol da salvação de sua casa. Outros índios fizeram o mesmo e prometeram guardar os mandamentos de Deus.
 

Leo Blair Halliwell

Em seu período de férias, durante o segundo semestre de 1928, o Pastor J. L. Brown estava com sua família nos Estados Unidos. Ali ele foi convidado a ocupar um cargo na Divisão Sul Americana. Com sua saída, Leo Blair Halliwell, da Missão Baiana, foi chamado para assumir, a partir de 1º de janeiro de 1929, a direção do campo.
 

Terceira Viagem Missionária

A fim de dar assistência aos conversos da viagem de 1928, Leo B. Halliwell, Elmer H. Wilcox, Hans Mayr e Manoel Pereira, em maio de 1929, realizaram uma nova viagem pelo interior da Amazônia.
 
A primeira visita foi à fazenda de Michilles. A escola sabatina que fora organizada em sua propriedade mostrava sinais de progresso: nenhum sábado foi perdido, novos membros acrescentados e cinco pessoas foram batizadas, sendo esta a primeira cerimônia batismal ocorrida na Amazônia.
 
O povoado indígena de Cinco Quilos também foi visitado. Os missionários ficaram surpreendidos com a mudança que ocorreu naquela tribo: destruíram seus ídolos de madeira e pedra, encontravam-se vestidos e estavam guardando todos os mandamentos. Preparativos foram acertados para o irmão Manoel Pereira ir morar entre eles. Uma escola sabatina de 70 pessoas também foi organizada nesta viagem.
 

Primeiras Igrejas

Em São Luís do Maranhão, J. L. Brown organizou a primeira igreja do campo com mais ou menos 20 membros em 1928. O trabalho inicial com estes membros foi desenvolvido pelo colportor Hans Mayr. Foram consagrados nesta ocasião Firmo Marinho como ancião e Abilio Pires como diácono.
 

Colportagem

Como já mencionado, a obra adventista na Amazônia começou com o trabalho da colportagem. Os pioneiros deste segmento foram André Gedrath e Hans Mayr.
 
Pode-se observar nos relatórios de colportagem disponibilizados na Revista Mensal que, em comparação a outros campos onde até trabalhavam mais colportores, naqueles primeiros anos a dupla mantinha um número alto de vendas, batendo alguns recordes significativos.
 
J. L. Brown, o primeiro presidente da Missão Baixo Amazonas, também colportava nesta mesma época. Sua esposa relata em maio de 1928 na Revista Mensal, que em setembro de 1927 seu marido, em apenas duas semanas de trabalho em Manaus, recebeu 250 pedidos do livro Guia Prático da Saúde. Como Brown ficou muito doente, e em seguida precisou participar de uma reunião no Rio de Janeiro, ela mesma fez as entregas.
 
O Guia Prático da Saúde teve uma grande aceitação entre os nortistas, tanto que nos primeiros seis dias de trabalho Gedrath e Mayr venderam $ 4.600.000 (em 2008 isso equivaleria cerca de dezessete mil e quinhentos reais). O livro também foi um importante ponto de contato com as autoridades locais, que acabavam por olhar com mais apreço o trabalho dos missionários adventistas.
 
Uma destas autoridades foi o governador do estado do Pará, Dr. Dionysio Bentes. Ele fez a seguinte declaração do livro, no dia 17 de julho de 1927:
"O ilustre autor do Guia Prático da Saúde forçosamente há de ser um médico de notável competência, porque na sua exposição revela, ao lado de sua teoria completa sobre assuntos versados, um senso prático admirável capaz de tornar compreensível a qualquer criança. Se nas capitais brasileiras, onde há práticos hábeis este livro é útil, no interior, então, torna-se uma necessidade absoluta, guiando as famílias na cura das moléstias, como indicando o meio mais fácil de as evitar. Assim pois, bem haja quem o ideou e o realizou, porque presta um grande serviço à humanidade".
 
Os grandes avanços provocados pela colportagem em prol da evangelização daquele território moviam o Pastor Brown a pedir insistentemente por mais colportores para aquele campo. Mas suas chamadas pela Revista Mensal, em princípio não surtiram nenhum resultado.
 
Lanchas para Colportagem: Para facilitar o deslocamento dos colportores pela Amazônia, André Gedrath e Hans Mayr construíram, em 1928, duas lanchas para trabalharem. Elas agilizariam bastante o tempo das viagens, além de pararem em lugares nos quais os navios não paravam, atendendo assim, a mais pessoas.
Gedrath construiu uma lancha a vapor para viajar por todos os rios daquela região, que foi batizada com o nome de "Mensageiro". A de Hans Mayr era movida à gasolina, e era um pouco menor.
 
Lanchas MÉdico-MissionÁrias: Em conseqüência dos navios não poderem parar em todos os lugares onde Leo B. Halliwell e sua esposa Jessie precisavam para visitar as famílias, ele teve a idéia de construir uma lancha própria para suas viagens.
 
Em 1930 partiram de férias para os Estados Unidos, onde aproveitaram a oportunidade para arrecadar fundos para a construção da mesma. Quando voltaram ao Brasil, um ano depois, eles tinham alcançado a soma de US$ 5.400,00.
 
O Pr. Halliwell, formado em Engenharia Elétrica, aproveitou seus conhecimentos e com uma pesquisa aprofundada sobre o assunto, ele mesmo projetou a lancha. As medidas da embarcação eram de 11 metros de comprimento por 3,5 metros de largura. O calado media 85 centímetros. Para possuir maior estabilidade o calado era em forma de dois V. A proa ia estreitando e terminava em vértice, isso ajudava a lancha a adquirir mais velocidade. Foi instalado um motor Diesel de 2 cilindros e 20 HP. A lancha foi construída no estaleiro do Mestre Afonso que, anos antes havia feito a de Gedrath.
 
A lancha foi inaugurada em 4 de julho de 1931 e recebeu o nome de Luzeiro I. Durante anos, o Pr. Halliwell e sua esposa enfermeira Jessie, serviam às populações ribeirinhas com atendimento de saúde gratuito e os assistiam espiritualmente. Esta experiência de evangelismo e assistência social foi tão bem sucedida, que esta lancha foi a pioneira de várias outras lanchas que, após ela, desempenharam a mesma função em várias partes do Brasil.
 
O casal recebeu o reconhecimento do governo brasileiro pelo grande trabalho desenvolvido na Amazônia recebendo a Comenda Nacional do Cruzeiro do Sul, prêmio concedido a estrangeiros. Jessie foi a primeira mulher a receber tal prêmio.
 
Primeiras Escolas: As primeiras escolas criadas na União Norte eram destinadas aos filhos dos primeiros conversos, pessoas carentes ou tribos indígenas.
As escola de Mucajá, do professor Rogério Guedes, a de Maués, dirigida por Ernesto Eclache aberta em 1934, a escola paroquial da fazenda de João Batista Michilles, e a de Ponto Alegre, liderada por Honorino Tavares e esposa, figuram entre as pioneiras da União Norte Brasileira.
 

A Criação da União Norte Brasileira

O progresso contínuo da Missão Baixo Amazonas, podendo facilmente ser percebido em seus relatórios, fizeram com que em 1936 o seu território fosse transformado em União Norte Brasileira e dividido em três missões:
 
  • Missão Central Amazonas: compreendia o Estado do Amazonas e os territórios de Roraima, Rondônia e Acre;
  • Missão Baixo-Amazonas: o Estado do Pará e o território de Amapá;
  • Missão Costa-Norte: os Estados do Maranhão, Ceará e Piauí.
 
Leo Halliwell foi o primeiro presidente desta União, que começou a funcionar efetivamente em 1937, além de dirigir ainda a Missão Baixo- Amazonas. Seus escritórios funcionavam perto do porto de Belém.
Em seu território havia, no início, duas igrejas e cerca de 200 membros batizados.
 

Instituições de Saúde

Hospital Adventista de Belém e Hospital Adventista de Manaus.
 

Instituições Educacionais

Na área Educacional possui uma rede de 74 instituições de ensino. Destacam-se: o Instituto Adventista Agro-Industrial Instituto Adventista de Manaus, em Manaus; Instituto Adventista Grão-Pará, em Belém, PA; Instituto Adventista Transamazônico Agro-Industrial, em Uruara, PA e o Instituto Adventista da Amazônia Ocidental em Mirante da Serra, Roraima. O total de professores em 2007 foi de 1.077 e o de alunos 19.148.
 

Presidentes

  • Leo Blair Halliwell (1936-1955)
  • Walter J. Streithorst (1956-1968)
  • João Wolff (1969-1976)
  • Alberto Ribeiro de Souza (1977-1983)
  • Carlos Magalhães Borda (1984-1985)
  • Wandyr Mendes de Oliveira (1986-1992)
  • Adamor Lopes Pimenta (1993-1998)
  • Izeas dos Santos Cardoso (1999-2005)
  • Marlinton Souza Lopes (2006- )
 

Secretários

  • B. W. Steinweg (1942-1948)
  • R. G. Dutra (1949)
  • S. C. Crowford (1950-1951)
  • L. M. Harder (1952-1955)
  • B. C. Kalbermatter (1956-1957)
  • A. J. Jones (1958)
  • W. S. Ávila (1960-1963)
  • E. W. Olm (1964-1967)
  • Geraldo Boekenkamp (1968-1969)
  • R. H. Nagel (1970-1972)
  • Horácio targas (1973-1974)
  • Lauro Grellmann (1976-1979)
  • Alair Oliveira de Freitas (1980-1981)
  • Vilfredo Doerner (1982)
  • Eugênio Rodriguez (1983-1989)
  • Adamor Lopes Pimenta (1990-1992)
  • Antônio Moisés de Almeida (1993-1996)
  • Izeas dos Santos Cardoso (1997-1998)
  • José Clodoaldo Barbosa (1999- )
 

Tesoureiros

  • B. W. Steinweg (1942-1948)
  • R. G. Dutra (1949)
  • S. C. Crowford (1950-1951)
  • L. M. Harder (1952-1955)
  • B. C. Kalbermatter (1956-1957)
  • A. J. Jones (1958)
  • W. S. Ávila (1960-1963)
  • E. W. Olm (1964-1967)
  • Geraldo Boekenkamp (1968-1969)
  • R. H. Nagel (1970-1972)
  • Horácio targas (1973-1974)
  • Lauro Grellmann (1976-1979)
  • Alair Oliveira de Freitas (1980-1981)
  • Vilfredo Doerner (1982-1988)
  • Josias de Souza Fragoso (1989-1993)
  • Jarci Lourenço dos Reis (1994-2001)
  • Volnei da Rosa Porto (2002- )
 

Contato

Endereço:
Rodovia Mario Covas, 400
Ananideua - Pará
CEP: 67113-330
Tel.: (91) 3214-4500
 
Site:
http://unb.adventistas.org/
 


Referências

  1. Enciclopédia da Memória Adventista no Brasil. União Norte Brasileira da IASD (UNB) - http://www.unasp-ec.com/memoriadventista/enciclopedia/2/unb.htm
  2. União Norte Brasileira - http://www.unb.adventistas.org/

 
 
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